quinta-feira, 10 de abril de 2008

Crueldade humana

Situação de cavalo chicoteado e incendiado no Campestre deixa os moradores indignados
Depois de ser maltratado, apanhar e receber chicotadas no peito que marcaram sua pele e o deixaram ainda mais debilitado, um cavalo foi incendiado no final da tarde de sábado (5). O fato ocorreu em uma chácara na avenida Laranjal Paulista, no bairro Campestre. Testemunhas da vizinhança, que ajudaram a apagar o fogo, disseram que o animal se debatia tentando se salvar, mas não conseguia por estar atrelado à carroça. A Guarda Municipal foi acionada para verificar o crime e também encontrou um cachorro-do-mato acorrentado dentro da carroça, que certamente seria queimado junto com o cavalo se populares não tivessem tomado providência.Os dois animais pertencem ao aposentado Norválio Ricieri Zen, 73 anos, que no momento da ocorrência estava num bar ao lado de sua casa e não viu o que estava acontecendo, como relatou ao plantão policial, ao qual recorreu solicitando a retomada da posse do cavalo. Chamado por vizinhos, Zen tentou apagar o fogo, mas não teve forças, por ser "adoentado". À polícia, o aposentado disse que havia comprado o cachorro-do-mato naquele mesmo dia, em Saltinho, pelo qual pagou R$ 20, desconhecendo ser crime ambiental a manutenção de animais silvestres em cativeiro. Contrariando as informações do aposentado, testemunhas disseram terem visto o próprio Zen ateando fogo ao cavalo, que costuma ser maltratado por ele. Disseram ainda que o aposentado já havia cumprido pena por posse ilegal de pássaros silvestres e que no momento da chegada da polícia à chácara, Norválio Zen teria admitido ser o incendiário do próprio animal. Na tarde de ontem (7), a reportagem da Gazeta esteve no Curral Municipal, onde o cavalo foi recolhido, medicado e é mantido isolado em uma baia. Trata-se de um animal extremamente manso, com feridas expostas e que demonstra sinais evidentes de maus-tratos e trauma. Quando alguém se aproxima, o cavalo tenta vencer a dor das queimaduras encolhendo o corpo para manter-se afastado de qualquer situação de perigo, numa clara demonstração de medo e sofrimento. A situação é muito revoltante. No mesmo local está a carroça, bastante velha, que era usada pelo animal para trabalhar e sobre ela, alguns restos de entulho. Já o cachorro-do-mato foi levado pela Polícia Ambiental para o Zoológico Municipal.O delegado João Vendramin, do 3º distrito policial, que recebeu o termo circunstanciado feito pelo plantão policial, disse que cabe à Justiça determinar se a posse do cavalo será ou não liberada ao antigo proprietário e, caso seja comprovada sua culpa no crime, que punição será aplicada ao aposentado. O caso foi remetido ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), que deve analisar as informações do termo circunstanciado nos próximos dias. De acordo com o artigo 32 da lei dos crimes ambientais (9605 de 1998), praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, é passível de pena de multa e detenção por período que varia de três meses a um ano. Já no caso da posse do cachorro-do-mato, o artigo 29 da mesma lei indica que vender, comprar, aprisionar ou transportar animais silvestres sem permissão da autoridade competente, leva à pena de seis meses a um ano de prisão, além de multa.ALERTA NAS DELEGACIAS. Claudete Simões, fiscal da SPPA (Sociedade Piracicabana de Proteção aos Animais) - a entidade também foi chamada para verificar a ocorrência - lamentou que esteja cada vez maior a incidência de maus-tratos a animais em Piracicaba. Segundo ela, os maus-tratos vão desde agressões e torturas físicas ao abuso de colocar o animal para carregar cargas excessivas. "O que mais revolta é que em geral são os proprietários mesmos que maltratam e depois que o fato é denunciado à polícia e o animal é apreendido, os donos ainda vão atrás para solicitar à polícia a reintegração de posse do animal, que acaba sendo maltratado novamente", disse.Ela pretende visitar as delegacias para conversar sobre essas situações com os delegados, expor as ocorrências, alertar e pedir que impeçam que esses animais retornem para seus donos, levando em conta que quando o crime ocorre, o proprietário é responsável pelo animal e deveria cuidar de sua integridade. "Sobre cavalos, temos denúncias de proprietários que maltratam tanto e fazendo o animal trabalhar até a exaustão e morte. Quando os animais são apreendidos, conseguem a liberação e voltam a maltratar. Há muitos donos de animais reincidentes nesse crime, por isso faremos esse pedido às autoridades", alegou Claudete.

FONTE : DANIELE RICCI Da Gazeta de Piracicaba daniele.ricci@gazetadepiracicaba.com.br

terça-feira, 8 de abril de 2008

Site Equinos em Portugal

Consultem

http://www.equisport.pt

e vejam a difusão de muitas informações sobre equinos.

Esse não dá para reclamar porque é em português, galera.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Cavalos são atração nas comemorações dos 173 anos da Polícia Militar capixaba

05/04/2008 13:19:58 - Redação Gazeta Rádios e Internet
FERNANDA ZANDONADI
As comemorações pelos 173 anos da Polícia Militar, que começaram no último domingo (30) contaram, neste sábado (05), com mais de sessenta cavaleiros e amazonas disputando uma vaga para a final do torneio hípico, que se encerra neste domingo (06). As provas foram realizadas em uma arena montada no final da Praia de Camburi, em Vitória.Segundo o armador de percurso do torneio, tenente Ubirajara Resende, há cavalos de hípicas de várias partes do Espírito Santos e alguns de fora do Estado. Os animais que participam das provas e são da Polícia Militar não são os mesmos que podem ser vistos pelas ruas da cidade, segundo o tenente. “O cavalo que faz o policiamento ordinário no dia-a-dia fica somente para o policiamento montado. Alguns cavalos que têm aptidão para salto, nós separamos e colocamos no departamento de hipismo, então, ao invés de fazer o policiamento ele faz o treinamento para o salto”, completa.Os obstáculos não são fáceis, com altura entre 0,9 m e 1,20 m, mas a paixão pelo esporte atrai cada vez mais adeptos. É o caso da empresária Eugênia Gimenez Paes, de Cachoeiro do Itapemirim, e que há dois anos faz equitação. Tudo começou com a adesão ao esporte pelo marido e as filhas. Logo depois foi a vez da empresária, que não se arrepende. “O contato com o animal é muito bom, temos que dar carinho, que ele gosta e o exercício traz muitos benefícios”.Além da elegância, os animais se destacam pela beleza. Há cinco anos cuidando de eqüinos, Carlos André Pereira dos Santos, conhecido também como Leão, conta que não há mistério para deixar o animal sempre bonito e saudável. Além da alimentação balanceada e água sempre limpa, os cuidados com a higiene são fundamentais. “Tem que escovar ele bem escovadinho, dar um bom banho, esse é o segredo de deixar o cavalo arrumado”, conta, enquanto escova o pelo do Grafite, campeão estadual em 2005, na categoria com obstáculos de 1 metro.As comemorações pelos 173 anos da Polícia Militar continuam neste domingo (06), com a final das provas de hipismo. Na segunda-feira acontece uma sessão solene na Assembléia Legislativa e na terça-feira, no Quartel do Comando Geral, em Maruípe, concerto com a banda de música da Polícia Militar.
Fontes: http://gazetaonline.globo.com/noticias/minutoaminuto/local/local_materia.php?cd_matia=422788&cd_site=843

UEMA realiza estudos com cavalo nativo da baixada

A Universidade Estadual do Maranhão, com o apoio do Ministério da Agricultura, por meio de sua representação no estado, desde o ano de 2003 iniciou uma linha de estudos que tem como foco principal o cavalo nativo da Baixada Maranhense, trata-se do cavalo Baixadeiro, uma raça naturalizada que há séculos vem evoluindo naturalmente nos campos da Baixada. Essa raça tem grandes utilidades na região, servindo como meio de transporte e, principalmente para a lida diária com os rebanhos.Devido a sua grande rusticidade e adaptação ao ambiente, essa raça é uma fonte potencial de genes de interesse para programas de melhoramento genético animal. Devido a grande perda de material genético sofrida nos dois últimos séculos, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia mantém um Banco de Germoplasma de espécies de animais domésticas de interesse para a ciência. Assim, no ano de 2005 o cavalo Baixadeiro foi incorporado definitivamente ao Programa de Conservação de Raças Naturalizadas Ameaçadas de Extinção.No período de 25 a 28 de março de 2008 foi realizado em Brasília-DF um Worshop intitulado: Recursos Genéticos Animais. Estavam presentes no evento pesquisadores de diversas Instituições do Brasil e exterior que na oportunidade apresentaram resultados dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos nas diferentes regiões do país e do mundo. A região Nordeste teve representantes dos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Sergipe (caprinos, ovinos e peixes naturalizados) e do Maranhão (cavalo Baixadeiro), cujo o Programa de Conservação da raça foi apresentado pelos professores da Uema: Afrânio Gazolla, Francisco Carneiro e Osvaldo Serra.Durante o evento, os professores também foram contemplados com a 2ª edição do livro Animais do Descobrimento: Raças domésticas da história do Brasil - Animals of the Discovery: Domestic breeds in the history of Bazil, lançado pela Embrapa. O cavalo Baixadeiro foi a mais nova raça de eqüino a ser incorporada nessa edição por ser um importante recurso a ser preservado dentro do Programa Mundial de Conservação de Recursos Genéticos da FAO.
Fonte
http://www.jornalpequeno.com.br/2008/4/6/Pagina76218.htm

07/04 - Reunião do Grupo de Estudos

Samaroni - Seminário sobre Casqueamento
Neide - Seminário sobre Manejo de Pastagens para Eqüinos.
Aguardamos na sala 06 às 17h.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Programa de vacinação e vermifugação em eqüinos

Programa de vacinação e vermifugação em eqüinos

ABCpampa

Desde os tempos mais remotos, o cavalo tem despertado a fascinação e a admiração do homem. Milhares de anos se passaram e a situação não se alterou. Hoje o cavalo é utilizado para diversos fins, tais como esportes, lazer, transporte e tração. Com o grande trânsito desses animais, atualmente, entre haras e de um Estado para outro, em virtude de competições e exposições, a disseminação de doenças infecciosas e parasitárias aumentou assustadoramente. Para o perfeito estado de saúde dos cavalos, devemos manter esses animais sob um rígido controle e instituir nas propriedades programas de imunização e vermifugação efetivos e eficientes, propiciando assim um maior rendimento e diminuindo os custos com tratamentos.Um efetivo programa de imunização deverá proporcionar proteção para controlar ou prevenir as moléstias infecciosas naturalmente ocorrentes. Tal programa, no entanto, deve ser encarado apenas como um integrante de um programa de saúde global. Vários fatores interagem para a seleção de qual vacina utilizar, como por exemplo, idade e o uso do animal, habitat onde é criado e, principalmente, as práticas de manejo do haras. Tais programas devem ser idealizados e executados, visando atender às necessidades específicas de cada animal ou da tropa como um todo. Dentro da própria tropa, grupos de animais podem ter necessidades diferentes, como é o caso de potros, éguas matrizes, garanhões e animais que participam de exposições.Após a implantação do programa de imunização, a propriedade deve avaliar freqüentemente sua eficácia, a fim de realizar mudanças, de acordo com suas necessidades, de comum acordo com o médico veterinário responsável pelo plantel. A criação de um livro de registros é de fundamental importância, pois além de controlar os animais vacinados e a data da próxima vermifugação, evitará que certos animais não sejam vacinados, prejudicando assim a eficácia do programa.Animais que ainda não foram imunizados ou que não tenham um histórico de vacinação deverão ser submetidos a uma preimunização, seguida de uma dose de reforço um mês após. Uma vez que tal procedimento tenha sido realizado, poderão ser administradas outras doses de reforço, conforme fique indicado pelo risco de exposição e/ou critério do médico veterinário responsável pela tropa, deste modo assegurando a resposta imunológica adequada. Os regulamentos de transporte interestadual de eqüinos poderão impor exigências para a vacinação contra certas enfermidades.
A seguir, é demonstrado o esquema de imunização para eqüinos.

Encefalomielite Eqüina

• 1ª dose: 6 meses
• Reforço: após 7 dias
• Freqüência: anual

Influenza

• 1ª dose: 6 meses
• Reforço: após 30 dias
• Freqüência: anual

Tétano

• 1ª dose: 6 meses
• Reforço: após 15 dias
• Freqüência: anual

Raiva

• 1ª dose: 6 meses
• Freqüência: anual

Aborto eqüino a vírus/ rinopneumonite

• 1ª dose: 6 meses
• Reforço: após 30 dias
• Freqüência: éguas prenhes: 5º, 7º e 9º mês de gestação outros animais: anual

Algumas recomendações para o controle parasitário na propriedade

• vermifugar todos os animais a cada 60-90 dias;
• Vermifugar todos os animais adultos, quando a contagem de ovos por grama (OPG) média da propriedade for superior a 300. Uma meta razoável é a redução do OPG para 50 a 200 ovos, a qualquer determinado momento. Isso permitirá um baixo nível de infecção, suficiente para a indução da imunidade, mas impedindo lesões parasitárias graves;
• vermifugar todos os animais adquiridos, independente da faixa etária, deixando-os isolados de 48 a 72h, antes de juntá-lo ao restante do plantel;
• retirar diariamente as fezes das baias, colocando-as em esterqueiras;
• não utilizar as fezes de eqüinos para adubar pastagens;
• escovar os pêlos dos animais periodicamente, a fim de evitar ovos de parasitas;
• evitar superlotação dos potreiros e das pastagens;
• realizar o controle das moscas por meio de inseticidas, armadilhas e remoção de fezes, principalmente, em propriedades que apresentem casos de habronemose;
• trocar anualmente o princípio ativo do anti-helmíntico utilizado no plantel, tendo o cuidado de usar somente anti-helmínticos de largo espectro.Atualmente, são encontrados no mercado diversos princípios ativos de amplo espectro para o controle das parasitoses dos eqüinos. Nessa relação estão o Thiabendazole, Oxibendazole, Febantel, Ivermectina e Miodectina. Há também produtos disponíveis como os à base de Ivermectina e Pirantel, Ivermectina e Praziquantel, Febendazole e Tricloform.





A Importância do Sal Mineral na Nutrição dos Eqüinos

A Importância do Sal Mineral na Nutrição dos Eqüinos

Adalgiza Souza Carneiro de Rezende

Sal na dose certa, só com análise das gramíneas.Uma alimentação adequada para os eqüinos é fator vital para o bom desenvolvimento da criação. Sem uma dieta correta, estes animais podem apresentar os mais diversos problemas. Nesse contexto, os minerais têm importante participação na formação do esqueleto e nos processos fisiológicos que acontecem durante toda a vida de um eqüino. Como as pastagens têm sua composição em minerais variável, de acordo com a qualidade do solo onde estão implantadas, é recomendado que seja formulado um sal de acordo com análise previa das gramíneas presentes no haras. Para Adalgiza Souza Carneiro de Rezende, professora de eqüinocultura da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutorada em Nutrição Animal, o assunto não é tão simples assim. Num período recente de tres meses ela chegou a atender quatro criatórios no país – um em Pernambuco, outro em Florestal (MG), um terceiro em Montes Claros (MG) e o quarto em Betim (MG) – com problemas de deficiência de mineral na alimentação. O que ocorre, segundo ela, é que em muitos casos há um desgaste excessivo do solo que acaba comprometendo os níveis dos minerais. "Tem também o criador que coloca número excessivo de animais em uma área pequena, exigindo muito do solo, que fica necessitado de reposição (adubação), o que na maioria das vezes não é feita. O solo então, deficiente, não tem como passar minerais para as gramíneas que serão ingeridas pelo cavalo. Adalgiza afirmou que já analisou os minerais das gramíneas de duas fazendas vizinhas e uma apresentou excelentes níveis, enquanto a outra estava completamente deficitária. Portanto, o ideal é que as gramíneas de cada fazenda sejam analisadas separadamente", recomendou.Ela classificou a utilização do sal vendido normalmente no comércio como "quebra-galho". "Esse tipo de sal é formulado para uma média de deficiência mínima. O criador compra esse sal e acha que está fazendo a coisa ideal, se ele não suprir as exigências do rebanho e algum problema acontecer, eles não pensam nunca na deficiência de minerais, pois acreditam que os animais estão ingerindo o que necessitam", Uma boa orientação, segundo ela, é ficar atento aos pastos de baixadas (brejos). "Eles normalmente apresentam excesso de alumínio que indisponibilizam o cálcio, levando à sua deficiência". Outro agravante, segundo Adalgiza, são as gramíneas indicadas para clima tropical como o nosso, a maioria delas possui excesso de oxalato, que indisponibiliza o cálcio, pois formam compostos indissolúveis com esse mineral. É o caso dos pastos de braquiara humidícula, setária, tanzânia, transvala, tangola dentre outros. As gramíneas que normalmente não costumam ser problemática para os eqüinos por não apresentarem altos níveis de oxalato, são tifton, coast cross, gigs e estrela africana (branca).Conforme a professora, nada substitui a análise do solo para a formulação do sal. O cálcio é um dos mais importantes minerais que devem ser ingeridos pelo cavalo e sua deficiência ou excesso na alimentação pode provocar transtornos em quase todas as fases de vida do eqüino, pois alem de fazer parte do esqueleto e ser fundamental para o crescimento do potro, é também, fundamental para o a égua que se encontra no terço final da gestação, pois nesta fase acontece 70% do desenvolvimento do feto. As necessidades de cálcio para a égua durante a lactação também aumentam muito e para os eqüinos que estão trabalhando esse mineral é também fundamental, pois é exigido durante a contração muscular. "É muito importante saber a relação entre os níveis de cálcio e de oxalato da gramínea. Para que o oxalato não indisponibilize o cálcio da gramínea, essa relação tem que ser maior que 0,5. Muitas vezes, a gramínea tem alto teor de oxalato, mas se foi plantada em região calcária e a relação entre cálcio e oxalato for maior que 0,5 os problemas não vão acontecer", orientou. Cara inchada é o ultimo estágio da carência de cálcio.O sal mineral é importante por conter elementos indispensáveis, ausentes ou presentes em quantidades pequenas nas gramíneas, como o cálcio, fósforo, zinco, cobre, etc. A carência ou o excesso desses minerais na alimentação dos eqüinos pode provocar sérios danos e prejuízos aos criadores. Os sintomas se refletem na formação dos ossos, tendões, no baixo rendimento para o trabalho e na vida reprodutiva dos animais. Por exemplo, o último e mais grave sinal da deficiência de cálcio na dieta de um cavalo se manifesta através da "cara inchada", um sintoma que o animal apresenta quando, para suprir a deficiência de cálcio na corrente circulatória, passa a retirá-lo do próprio osso, o que leva a formação de um tecido fibroso no local e em estágio avançado da deficiência de cálcio esse sintoma aparece e é irreversível. Quando os animais manifestam "cara inchada" é sinal de que já apresentaram inúmeras outras complicações que passaram despercebidas. Os sintomas são mais evidenciados naquelas categorias que necessitam de maiores quantidades de cálcio na dieta, como éguas no final da gestação e em lactação e potros em crescimento, Antes do aparecimento da "cara inchada" pode acontecer das éguas caírem pouco antes do parto e se apresentarem sem força.No potro, em desenvolvimento no útero da égua, a deficiência de minerais pode acarretar sua má formação. Vale lembrar também que o potro cresce muito rapidamente durante seu primeiro ano de vida. Isso significa que nesta fase ele tem uma necessidade muito grande dos minerais ligados à formação óssea. O eqüino em trabalho pode demonstrar que está sofrendo deficiência de minerais quando apresenta o andar travado e curto, pois o cálcio é fundamental na contração do músculo ou quando apresenta queda do desempenho, pois além do fósforo ser integrante da molécula de ATP, que fornece energia ao animal, alguns minerais são fundamentais no metabolismo dos carboidratos, que fornecem energia ao eqüino em trabalho. Deve se considerar também a ingestão de sal mineral pelos eqüinos, pois eles são muito seletivos. Para que ingiram o que necessitam, torna-se necessário misturar ao sal, alimentos palatáveis como fubá ou melaço. Essa relação tem que ser maior que 0,5, explicou". Outro problema sério na avaliação de Adalgiza é a conscientização do tratador para o fornecimento diário de sal. "Em virtude da quantidade relativamente pequena, ingerida pelos animais, os tratadores acham que o cavalo não precisa do mineral e acabam deixando-o de lado, quando na verdade, deveriam deixá-lo disponíveis à vontade, todos os dias do ano, para que eles consumissem de acordo com sua necessidade. Esse sal deve ser colocado em cochos cobertos, para evitar seu desperdicio nos dias de chuvas", recomendou.Para solucionar os problemas decorrentes da deficiência de mineral no plantel eqüino diversos haras já fornecem um sal mineral formulado a partir da análise das gramíneas presentes na área de criação.
Alguns sinais de que o rebanho está recebendo mineralização inadequada:
Potros apresentam ossatura fina e leve;
Problemas de ligamentos ou tendões que provocam flexão exagerada das quartelas nos animais, principalmente quando se movimentam;
Problemas reprodutivos;
Potros apresentando má formação, ao nascimento;
Potros pequenos e com problemas de aprumos, principalmente com jarretes fechados (cambaios)Animais com baixo desempenho no trabalho;
Dificuldades de locomoção (dificuldades de articulação dos membros) Claudicação (manqueira) que se alterna entre os 4 membros (quando fica difícil definir em qual membro está localizada a causa da manqueira);
A administração incorreta de sal mineral é um problema de rebanho e não especificamente de um animal.
Fonte: ABCPampa

Anemia infecciosa equina no norte de Minas

Focos de AIE no norte de MG levam IMA a exercer controle maior sobre a doença

ABCpampa

Alerta aos criadores de equídeos – cavalos, éguas, muares, burros, jumentos e asininos. A partir do próximo ano, o Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA e o Ministério da Agricultura estarão intensificando o controle sanitário sobre a Anemia Infecciosa Eqüina – AIE em Minas Gerais. O atestado para a doença já é hoje obrigatório no trânsito de animais de um estado para o outro. Entretanto, a exigência incidirá para animais em trânsito dentro do Estado, seja para a participarão em exposições, enduros, cavalgadas, para reprodução ou outras modalidades eqüestres. Quem faz o alerta é a médica-veterinária da Defesa Sanitária Animal do IMA – Belo Horizonte, Dra. Valéria Maria de Andrade Almeida. Segundo ela, não há estatísticas confiáveis sobre a AIE no Estado e no país, mas é de conhecimento do órgão a existência de focos da doença principalmente nas regiões mais ao norte de Minas e, sobretudo, em Goiás, onde praticamente não existe qualquer controle. Para evitar que a doença se alastre, independente das exigências do órgãos competentes, deveria haver uma maior conscientização por parte dos próprios criadores, o que não acontece, segundo a representante do IMA. "O proprietário de cavalos desconhece a doença e ele corre sérios riscos de perder todo o seu patrimônio. Antes, os animais ficavam mais nas fazendas. Hoje, não. Eles transitam de um lado para outro no Estado, em função de provas que participam, cavalgadas, exposições, sem contar o agravante com o advento da inseminação artificial. Muitos criadores estão comprando animais sem procedência no Estado ou fora dele a baixo custo, para servirem de receptoras, sem saber o risco que estão correndo. Esses animais deveriam ser submetidos a testes e passar por uma quarentena nas propriedades. Pode também ocorrer o risco de se adquirir a doença de cavalos de carroceiros, pois alguns não realizam qualquer tipo de controle", ressaltou a veterinária.Além da exigências de atestado para o trânsito de animais, o IMA estará a partir de 2002 realizando diligências em propriedades aleatórios para verificar a existência da doença. Caso sejam detectados casos de AIE em determinada propriedade, essa será interditada e os animais soropositivos sacrificados. Também serão realizados testes nas fazendas vizinhas. Os criadores que desejarem se antecipar poderão procurar o IMA para proceder aos testes de Imuno Difusão em Agár Gel, mais conhecido com Teste de Coggins, ou os laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura. As amostras contendo 2 ml de soro sangüíneo, só poderão ser coletadas por médico veterinário. "Ele deverá preencher uma resenha com o nome do cavalo, proprietário, pelagem, raça, local e particularidades do animal. Antes de assinar a ficha, o veterinário terá que pensar duas vezes. Hoje em dia é uma pratica muito comum os próprios tratadores realizaram essa coleta e isso não será aceito. A responsabilidade cairá sobre o veterinário caso haja alguma adulteração."Atualmente, o teste de Coggins custa em torno de R$ 15,00. Em função de uma demanda maior pelo exame que acontecerá a partir do próximo ano, Valéria sugere que os criadores de equídeos se organizem para negociar com os laboratórios. No Brasil, o primeiro caso diagnosticado de AIE ocorreu em 1967, com base em lesões necropsiadas em um cavalo no Jockey Clube do Rio de Janeiro. O comportamento do vírus da AIE tem sintomas muito parecidos com os da AIDS. Por isso, a doença é conhecida como AIDS Eqüina.
A AIE de forma didática
Dra. Valéria Maria Andrade AlmeidaA Anemia Infecciosa Eqüina é uma doença que afeta somente aos equídeos, não é contagiosa para o homem e tem sua distribuição mundial. O comportamento do vírus da AIE promove sintomas muito parecidos com os da AIDS e, segundo os cientistas, o dia que se descobrir a cura para uma dessas doenças, se descobrirá para a outra. O cavalo doente é o principal elo da cadeia e a transmissão da doença se dá através da transferência de sangue entre os animais. O animal positivo para AIE, se não morrer ou for abatido, carregará a doença para o resto da vida, ou seja, ela não tem cura. A principal forma de transmissão é através de picadas de insetos, principalmente, a Mutuca e a mosca de estábulo. Eles picam o animal e retransmitem a AIE. Num país tropical como o nosso seria praticamente impossível exterminar esses insetos. O vírus permanece no vetor no período de 30 minutos a 4 h. Em condições de vento, estudos comprovam que essa mosca pode percorrer até 10km. Outra forma mais comum de contágio é através de materiais infectados: agulhas, material cirúrgico, esporas, arreios, sondas nasogástricas, material de casco. As menos comuns, mas procedentes, são a transmissão venérea, transplacentária e através do colostro. O período de incubação da doença – da penetração do vírus no organismo até a apresentação dos primeiros sintomas – varia de 6 a 70 dias e, em média, de 15 a 20 dias. Os sintomas variam de acordo com a carga e a intensidade da mostra viral. Vai depender da resistência do hospedeiro e de fatores de tensão ambiental como, por exemplo, o estresse. Portanto, num quadro mais evidente da doença, as principais manifestações são febre alta entre 40 e 41ºC, edemas na região ventral, anemias e quadro de anorexia com perda de peso. Além disso, o animal pode apresentar petéquias sublinguais (hemorragias na forma de pontos na língua), hemorragias nasais, ou pode não apresentar sintoma algum. E esse é maior problema. Muitos animais se recuperam em uma semana. Alguns têm recaídas, porém, depois de um ano, o animal tende a ficar assintomático. As classificações de acordo com o grau de intensidade dos sintomas são hiperaguda, sub aguda, aguda, crônica e latente. A forma latente é a mais grave, pois os sintomas não aparecem. A hiperaguda ocorre normalmente no primeiro contato com o agente. Já no estágio crônico, ocorrem poucas indicações clínicas e o pseudo quadro de que o cavalo se curou.A AIE, a despeito dos incrédulos, existe e pode estar muito perto de quem cria. A doença não é uma prioridade para o governo, pois existem outras bem maiores. De acordo com a legislação brasileira de saúde animal a AIE é uma doença de notificação obrigatória. Portanto, quem tiver conhecimento sobre animais doentes deve denunciar aos órgãos de defesa animal. O caso será levado ao IMA e ao Ministério da Agricultura e o animal sacrificado e a propriedade interditada até que a doença esteja regionalmente sobre controle. AIE sob controle em BH para animais de carroceirosA hipótese de uma transmissão da AIE a partir de animais utilizados por carroceiros pode ser hoje praticamente descartada em Belo Horizonte. A afirmação é da Dra. Maristela Palhares, professora adjunta do Departamento de Clínica e Cirurgia da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais e coordenadora do Projeto Carroceiro. Segundo ela, nos anos de 1998, 1999, incluindo alguns meses de 2000, quando ainda haviam verbas disponíveis, o projeto realizava a coleta de sangue e o exame de sorologia para a AIE. "Tivemos que interromper os exames para a AIE, por falta de recursos. Nesses anos só constatamos a presença de um animal soropositivo para a doença. Ele havia sido adquirido no sul da Bahia, norte de Minas e foi sacrificado. Como foi um caso único entre mais de mil, a Universidade dispôs para o carroceiro um outro cavalo. Teoricamente, por lei, o Ministério deveria repor esse animal, já que o sacrifício em caso obrigatório, vem acompanhado de indenização. Bom, não estou bem certa de como isso vem funcionando em Minas Gerais", comentou.Projeto Carroceiro: bom para o proprietário, animal e para a comunidadeO Projeto Carroceiro surgiu inserido em um projeto maior, o projeto Correção Ambiental e Reciclagem com Carroceiros de Belo Horizonte, através da parceria entre a UFMG, SLU e a Administração Regional da Pampulha. O objetivo: buscar a melhoria da qualidade de vida e de trabalho dos carroceiros – segmento responsável pelo transporte de grande parte do entulho, terra, podas e material doméstico descartado. Indiretamente ele vem contribuindo para o bem-estar da sociedade em geral. O projeto visa conscientizar os carroceiros quanto à sua importância sócio-econômica e dar assistência médico-veterinária aos animais. Conscientes e com animais saudáveis, eles poderão contribuir ainda mais para o melhor aproveitamento do entulho e sua correta destinação. Segundo Maristela, hoje a prefeitura gasta US$ 15 por tonelada para retirar o material jogado em local impróprio, ao passo que se ele fosse depositado em local apropriado teria um custo de US$ 5.Para viabilizar o projeto, foram idealizadas as URPV – Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes. A cidade conta hoje com 14 URPVs espalhadas, sendo que o ideal seriam de 23 a 25. O entulho é recolhido pelos carroceiros e depositado nessas unidades. Mais tarde, tem sua destinação final: a uma Usina de Reciclagem instalada no bairro Santa Lúcia.Na medida em que o projeto foi evoluindo, ele ganhou a adesão dos carroceiros. De acordo com estimativas da UFMG, existem em Belo Horizonte hoje 10 mil cavalos e 5 mil carroceiros. "Hoje temos 1.400 cavalos e cerca de 1.020 proprietários cadastrados" quantificou Maristela.O projeto não pára por aí. Há todo um levantamento social realizado através de questionários, com orientação de profissionais da Fafich – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Através desse trabalho é possível saber o número de familiares, de que setor produtivos eles vieram, renda mensal etc. A participação da Escola de Veterinária da UFMGEm se tratando ações veterinárias o projeto realiza palestras educativas sobre vários temas e intervenções veterinárias, dentre as quais, vacinação contra raiva; controle parasitológico, sorologia para AIE e Leptospirose, exames ginecológicos (controle folicular, ultra-sonografia e diagnóstico de gestação), inseminação artificial de fêmeas com sêmen oriundo de garanhões de tração (raças Hafingler e Jumento Pêga). Também é feito o levantamento das condições sanitárias e manejo dos animais, cadastramento deles pela marcação com nitrogênio líquido e confecção da "carteirinha de identificação"; além de cursos de manejo de eqüinos para carroceiros. Atualmente, alguns testes, como o de Coggins, para detectar a AIE, estão suspensos por falta de recursos, mas, segundo a coordenadora do projeto, tudo indica que eles serão retomados quando for efetivada parceria com Fapemig e BNDES. A Escola de Veterinária além das parcerias que vem buscando está aberta a doações para manter o projeto, desde feno à rações e medicamentos de uso veterinário. Resultados com o ProjetoDepois da implantação do projeto, o acesso aos serviços e à tecnologia gerados pela Universidade tem incentivado o envolvimento dos carroceiros e a busca por novos conhecimentos, pois além do controle clínico, há uma melhoria na performance e capacidade de trabalho dos animais. Também houve uma definição de pontos específicos para deposição de entulhos e a conscientização dos carroceiros quanto ao uso desses locais tem alterado significativamente a qualidade de vida de diversas regiões de Belo Horizonte. A contratação de serviços dos carroceiros cadastrados não oferece mais risco de multa ao contratante, pois o entulho depositado nas Unidades de Recebimento é reciclado e utilizado na execução de obras públicas em Belo Horizonte.